VULCÃO LANÍN – Dicas para a ascensão (La Espina episódio 01)

No primeiro episódio da segunda temporada da série LA ESPINA eu passo por alguns lugares icônicos como Villarica e Pucón, mas hoje vou falar sobre um destino que poucas pessoas conhecem.

Toda essa região é repleta de vulcões por todos os lados, e muitas das pessoas que viajam pra lá, acabam optando por se aventurar escalando algum vulcão próximo. O mais conhecido deles é o Villarica que fica bem pertinho da cidade e de muito fácil acesso. Mas hoje vamos falar do Vulcão Lanín com seus 3.776 metros de altitude, que está dentro do cinturão de fogo nos andes e é o mais alto da região.

Antes de mais nada, o Lanín é diferente dos outros vulcões de acesso mais fácil. Para começar, ele fica exatamente na fronteira da Argentina com o Chile, numa região que não tem quase nenhuma estrutura, com exceção do guichê e dos alojamentos do guarda-parque.

Outro ponto que temos que levar em consideração, é que o Lanín é um tanto mais técnico que o Villarica por exemplo que é o mais conhecido e mais visitado. 

Lembrando que se você não tem experiência nenhuma com montanha ou caminhada em gelo, já te adianto que é importantíssimo que você contrate um guia. E isso você encontra facilmente na cidade de Junin de los Andes, San Martin de los Andes ou até mesmo em Pucón.

Caso você tenha experiências e te falte algum equipamento específico ou um dos equipamentos obrigatórios para a ascensão, você também pode alugar facilmente nas mesmas cidades que citei acima.

Se você for fazer por conta própria como eu fiz, aqui vão algumas dicas.

– Certifique-se do seu transporte
Caso tenha transporte próprio, a base do vulcão está a apenas 66km de Junin de los Andes que é a cidade mais próxima. A base do guarda parque tem estacionamento e é gratuito.
Outra opção é ir de ônibus partindo do terminal de Junin de los Andes. Existem algumas linhas que atravessam para o Chile que originalmente não param na base do vulcão. Mas isso é facilmente negociável, você paga apenas metade da passagem e eles te deixam em frente ao guichê do guarda parque. Lembrando que esses ônibus tem costume de sair bem cedinho pela manhã.

– Reserve os refúgios com antecedência
Na época que eu fui (Outubro/Novembro) ainda estava iniciando a temporada na região. Portanto não tinha muito turismo por lá, e isso é até muito bom, pois todas as entradas dos parques, inclusive do Lanín, ficam gratuitas. Mas ainda assim, eu recomendo fazer a reserva antes pois como o clima ali é muito instável, basta uma janela boa que todo mundo vai querer subir no mesmo dia. Então, fique ligado na meteorologia e já reserve o refúgio de sua preferência.

– Qual refúgio escolher?
Existem dois refúgios antes do cume. O RIM26 e o CAJA, basicamente o RIM pertence ao exército argentino, é um refúgio com melhor isolamento térmico, possui camas, armários e é até bem estruturado para um refúgio alto de montanha. Já o CAJA é um refúgio muito mais simples, não possui isolamento térmico eficiente quanto o RIM, mas é fechado e te protege do vento, e para mim, isso basta quando te facilita em outros aspectos. hahaha
Você deve levar em consideração que o RIM está mais baixo, a 2315 metros de altitude. Enquanto o CAJA está a 2600m portanto fica mais próximo do cume. Se você não se importa de dormir numa geladeira, eu recomendo o CAJA, pois assim economizará cerca de 2 horas de caminhada para o dia do cume, já que no dia do ataque você terá 300 metros de desnível a menos para subir, e isso faz toda diferença.

– Saiba escolher seus equipamentos.
Antes da ascensão, é obrigatório passar no guichê do guarda parque para se registrar e ter seus equipamentos inspecionados. Existe uma lista de equipamentos obrigatórios além dos itens básicos que serão exigidos na hora dessa apresentação.


PIOLET

CRAMPONS

RÁDIO VHF

CAPACETE ESCALADA
CERTIFICADO

POLAINAS P/ NEVE

BOTA DE TREKKING
IMPERMEÁVEL

CALÇA IMPERMEÁVEL
PARA ATAQUE AO CUME

ÓCULOS DE SOL
CATEGORIA 3 OU 4

ANORAK IMPERMEÁVEL

Fique ligado nisso, pois sem esses equipamentos sua subida não será autorizada. A prática desta atividade por lá com pessoas sem experiência e sem os equipamentos adequados tem resultado diversos acidentes e até algumas mortes. Esteja preparado para a montanha e para as condições meteorológicas que são adversas por lá. Não subestime a montanha.

A ascensão do vulcão é linda e vale muito a pena. No dia do cume são aproximadamente 1500m de desnível, portanto acorde cedo. O ideal é sair de madrugada e iniciar o ataque antes do sol nascer para conseguir voltar no mesmo dia para a base do vulcão.

E a última dica é:

– Respeite seu corpo e o clima da montanha
O rádio VHF é de uso obrigatório, você vai estar sempre em contato com a base do guarda parque, e terá que informar cada decisão a ser tomada. Respeitando sempre as informações valiosas que eles passam para você, assim como mudanças climáticas, situação da neve e do terreno e etc. Se por acaso você vê que não será possível fazer o cume por qualquer razão, informe o guarda parque e aguarda instruções. Mantenha sempre a calma e não faça nada sem pensar. Esse canal aberto é importantíssimo para sua segurança. Ah, e leve pilhas reservas para o rádio.

Aproveite cada momento deste lugar porque é único.

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EXTREMOS: la espina

Por Emanuel Silveira

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